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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Desabafo psicológico (rsrs)

 As vezes a vida passa diante de nossos olhos, tão rápido que nem nos damos conta, de nossos erros e nossos acertos. Os nossos acertos nunca são lembrados, mais já os erros, todo mundo faz questão de apontar..!!
 Pessoas de nosso convívio vão embora e nos deixa com um vazio, um gosto amargo na garganta, com uma vontade imensa de impedir certas ocasiões, mais infelizmente não podemos, e isso nos deixa fracos e fragilizados. O que podemos fazer?? Nada essa é a resposta??
 Ideias sempre confusas em nossas cabeças, na minha isso ocorre com grande frequência, um turbilhão de pensamentos rolando nessa cabeça, e nem sempre consigo me expressão da maneira correta, ai me pego a escrever coisas sem sentido no meu blog. achando que outra pessoa vai ler e levar em consideração alguma palavra minha dita nesse texto.
 Mais não me importo, estou achando aqui um ponto de escape pra eu não pirar... rsrs, você que esta lendo deve estar achando isso patético... Pois eu que estou escrevendo estou achando, só não apago... Por que daqui alguns dias vou ler e vou rir muito desse texto sozinho de preferencia...!!
Beijos fui...!! Até meu próximo momento depressivo... rsrs

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

EXU - O PUER AETERNUS



                 


      Orunmilá era calmo, e Exu quente como o fogo. (...)Orunmilá aplainava os caminhos para os humanos, enquanto Exu os emboscava na estrada e fazia incertas todas as coisas. O caráter de Orunmilá era o destino, o de Exu, o acidente. Mesmo assim ficaram amigos íntimos.

O presente trabalho é decorrente de parte de minha dissertação de mestrado, intitulada Exu - Luz e Sombras, que analisa a figura de Exu na Umbanda através do pensamento de Jung, Hillman, Neumann e outros autores junguianos.
O que se pretende mostrar é que tal entidade, compreendida como um símbolo religioso, tem um significado importante no desenvolvimento da personalidade do indivíduo, podendo determinar também as atitudes e alguns elementos que compõem a identidade de uma cultura.
As argumentações irão se desenvolver procurando localizar na entidade de Exu, o puer, ou seja, tudo aquilo que se refere ao que é novo, original e que diz respeito aos valores e crenças de um povo que desde sua formação foi percebido como inferior pela elite patriarcal, branca, burguesa e cristã. Tal cultura senhorial é compreendida como portadora do arquétipo do senex devorador, que viu na mistura de raças a degradação de um país, relegando à exclusão, à sombra, os filhos da diversidade cultural.
No entanto, se pretende mostrar que, na verdade, o que acontece no campo religioso é que Exu é utilizado como bode expiatório servindo de tela de projeção para a sombra do inconsciente coletivo “brasileiro”, que por um mecanismo de defesa tenta aliviar sua culpa, vendo o diabólico naquela entidade religiosa. Mas tanto Exu como a Pombagira, eleitos pela consciência unilateral e por um ego identificado com os valores coletivos como o mal, são elementos importantes e necessários para o surgimento de uma nova ética. A tensão entre a Umbanda e a Quimbanda será percebida como tendo a possibilidade de restabelecer uma nova relação: à meia noite quando a Umbanda faz a “virada”, psicologicamente ela aceita que seu oposto agora se manifeste. A consciência e o inconsciente, as tradições e valores sociais aceitos veiculados através do Preto-velho e as veiculadas pelo Exu, o puer, o contestador, estabelecem uma relação dialética. As fronteiras entre o  Mal e Bem se enfraquecem, se definham, podendo o indivíduo e a comunidade ali presente serem aceitos como portadores da ambigüidade humana, ou seja, em sua totalidade.
1  Exu - a história de um filho abandonado
Na Umbanda, os mitos que narram a origem de Exu são os mesmos do Candomblé, que por sua vez são provenientes da África. No entanto, a literatura umbandista quase nada se refere a essa origem africana, apesar de cada Orixá ter à sua esquerda um Exu à sua disposição, como diz Matta e Silva: o Exu Marabô, por exemplo, corresponde à Vibração de Oxóssi e é o elemento de serventia e ligação com o Caboclo Arranca-Toco. Mas na Umbanda, os Orixás repassam seus atributos às entidades, não se apresentando pois, pessoalmente no terreiro, como ocorre no Candomblé. A ênfase recai, portanto, neste culto religioso, nas relações entre  nas entidades espirituais da direita (espíritos de luz) e as da esquerda (espíritos sombrios) que são incorporadas, o que provavelmente possa justificar o distanciamento da história da origem do Exu africano. Exu irá aparecer como o “Povo da Rua”, nome genérico atribuído aos Exus e Pombagiras.
A imagem de Exu mais veiculada na Umbanda, está vinculada à rebeldia do Anjo Belo, possuidor de grande força e poder, e ministro do Criador, até o momento em que cobiçando o lugar do próprio Jesus Cristo (pois não admitia sua primazia no Reino de Deus), resolveu se revoltar contra o Criador. Vencido, foi expulso por Deus que mudou o nome de Anjo Belo para Exu. Considerado a partir de então como o “Satanás (adversário do Pai), foi condenado a viver na região hoje conhecida no antigo Ceylão (região oposta ao Éden ou Paraíso Terrestre).
Existe uma outra lenda da origem de Exu que retoma em parte o mito africano acabando por sincretizá-lo com o mito cosmogônico cristão. Conta, então, Dalva de Oxum, que Exu é filho primogenito de Iemanjá com Oxalá, criado com muito mimo e predileção, razão pela qual se tornou logo desobediente e impertinente. Apesar de todos os esforços para se tornar um Orixá dedicado ao bem, Exu começou a andar com más companhias (Elegbará). Acabou sendo expulso pelo Anjo Miguel, sendo condenado a viver nas trevas e a praticar o mal, satisfazendo seu desejo de ser governador, o que ele tanto queria, mas governando o inferno.
Nos mitos de origem de Exu na África, apesar de todas as suas façanhas um tanto maldosas, ele mantém um lugar de destaque extremamente positivo e de respeito. Nesses mitos ele é convocado a estabelecer sua morada fora dos domínios da casa, por mando de Orunmilá, seu pai, que como forma de repreender Exu por suas confusões determina que “doravante vais viver fora e não dentro de casa”. E assim tem sido desde então. Exu “vive a céu aberto, nas passagens, ou na trilha, ou nos campos.” Mas apesar da expulsão, Exu é concebido como salvador, como no mito em que um homem doente é socorrido por Exu: disse Exu ao enfermo: “levanta-te e segue adiante de mim, que vou te escorando por detrás, até chegar aos pés de que possa te salvar nesta emergência”. E assim Exu o ajudou chegar até Orunmilá que o curou.
Ainda como salvador, Exu aparece colocando Orunmilá em perigo e depois o salvando. Comparece também como amigo desse Orixá quando o ajuda a ganhar o cargo de advinho. Mas o que mais chama atenção é sua relação de amizade com Orunmilá: “Aí Orunmilá entrou na sala dizendo: Exu, tu és sim meu verdadeiro amigo!. Depois disso nunca houve amigos tão íntimos, tão íntimos como Exu e Orunmilá.” Aqui a natureza de Exu é perfeitamente integrada à natureza de Orunmilá, ou seja, a harmonia entre os dois mundos, Aye - a existência no mundo material - e Orum - o nível sobrenatural mas que também engloba o Ayê -, é reconstituída com a ajuda de Exu. O restabelecimento da ordem pressupõe a ação de duas forças contrárias, seja mal e bem, céu e terra, racionalidade e paixão. Pai e filho se entendem, se revezam, se põem a colaborar um com o outro.
No entanto, na Umbanda, Exu perde esta conotação. Ele não é mais o melhor amigo do seu próprio pai. Exu, como todo “Povo da Rua” é órfão, em sentido simbólico. E ninguém melhor do que Exu Zé Pilintra para exemplificar essa orfandade exposta na sociedade brasileira. Paternidade aqui compreendida num sentido mais amplo que vai além da representividade social, também no sentido do pai psíquico, arquetípico, que antecede à existência dos pais reais, e que assim dá origem ao poder paterno.
Como todo arquétipo, o do pai é portador de imagem ambígua. Ele é capaz de causar efeitos diametralmente opostos. Diz Jung que:
      O poder fatídico do complexo do pai vem do arquétipo e esta  é a verdadeira razão por que o consensus gentium coloca uma figura divina ou demoníaca no lugar do pai. A pessoa do pai encarna inevitavelmente o arquétipo que empresta a esta imagem o poder fascinante.
No caso brasileiro, como diz Gambini, nossa paternidade é um caso bem grave e complexo. As índias como as negras eram somente um corpo disponível para o prazer, para o trabalho doméstico ou escravo, ou como agente reprodutivo. O feminino na cultura que se iniciava tinha uma função biológica e de objeto de desejo, o que tem seus traços bem presentes até os dias de hoje. O pai, o europeu, veio para a terra tropical trazendo apenas seu falo e um animus exaltado, carregado de seus aspectos mais destrutivos.  Sua anima ele deixou na Europa, sendo queimada nas fogueiras. O falo sozinho “vira um perigo porque fica unilateral. Faltam-lhe os atributos que vêm do feminino”, como  por exemplo, Eros que transmite a compaixão, a afabilidade, a espera, a amabilidade, a persistência, a vinculação pessoal e grupal, a relação com a natureza e com o sagrado.
Se um dos aspectos do arquétipo diz respeito ao pai acolhedor que protege seus filhos contra as ameaças do mundo exterior, parece claro perceber que no caso brasileiro o pai foi a própria ameaça, tanto literal como psiquicamente. É oportuno lembrar que foram deixados aqui para povoar e demarcar o território milhares de homens que além de virem sozinhos, pois não traziam suas mulheres e filhos, eram aqueles considerados marginais do sistema, pobres, bandidos, assassinos. Suas histórias pessoais eram atravessadas pelo rompimento com a cultura de onde vinham, com suas tradições, normas, sistema religioso. Já vieram para cá com uma história mal resolvida com o pai europeu, e chegando aqui ficaram ao relento.
O “Povo da Rua” aglomera todos estes filhos abandonados da história do Brasil, sejam eles os degradados portugueses que foram deixados aqui sejam o povo indígena e negro que tinham pais ancestrais, mas que foram objeto de destruição. Eles desfilam através das imagens dos marinheiros, boiadeiros, baianos, prostitutas, suicidas, negros, malandros. A consciência coletiva devorada pelo senex se torna o próprio senex, como já foi visto, no sentido de se manter agarrado no seu extremo oposto. Exu se coloca exatamente neste lugar. Ele é desordeiro, desbocado, beberrão, não mede as conseqüências dos seus atos, não se preocupa com procedimentos morais, é fálico, debochado e irreverente. Pode-se então compreender Exu como um puer. Juana Elbein irá dizer que Exu está ligado diretamente ao símbolo de descendente, “com sua função de assegurar a existência da categoria descendente que ele representa. Esú não assume jamais o símbolo de procriador. (...). Ele é o resultado, o descendente, o filho.” Diz a autora que Exu é o símbolo por excelência do primogênito, o elemento engendrado, a primeira forma dotada de existência individual. No presente contexto, Exu, como puer, como filho, não encontrando o senex doador de vida, é expulso de casa, como nos mitos que contam sua origem, passando a habitar o mundo da rua. O mito conta, portanto, a cisão do arquétipo entre o puer e o senex.
A definição de Quimbanda dada por Rivas Neto faz sentido dentro do contexto do presente trabalho. Diz o autor que a Quimbanda representa o oposto da Lei, fazendo oposição à Umbanda, que ele define como Conjunto das Leis Divinas. A dualidade, presente nestes conceitos, revela a ambigüidade psíquica, mítica, presentes na história humana, reflete a tensão entre os opostos: de um lado um valor novo, transformador, revolucionário, inovador, do outro, a plausibilidade, o estável, o seguro, a norma, a lei.
É muito fácil encontrar Exu no cotidiano, bem no seio das boas famílias cristãs. Há sempre, em todo grupo, um que é predestinado a servir de bode expiatório. É aquela criança que destoa dos outros irmãos, seja porque não é considerada inteligente, não vai bem nos estudos, é usuária de drogas, anda em más companhias, vive causando confusões e tumultuando a tranqüilidade do lar, incita nos outros sentimentos de raiva e agressão. Enfim, ela é o oposto da norma, do que é sensato, condizente. Ela é a ovelha negra, o desviado, o diferente, o causador das amarguras da família. O bode expiatório está presente em todo os grupos, seja no ambiente de trabalho, dentro de uma sala de aula, numa cultura.
Exu, como puer, como todo filho destituído de paternidade, na sua inalcançável busca pelo espírito do pai é uma constante mítica. Diz Rivas Neto que não se pode esquecer que os Exus estão “debaixo de uma condição disciplinar” e quando dela se libertarem serão Guardiões Superiores, mas nunca sendo Caboclo, Preto Velho ou Criança. Como mito estruturador da consciência humana, do primordial e eterno conflito da existência - entre o novo (puer) e o velho (senex),  Exu nunca poderia realmente se tornar um Preto-Velho. A psique é formada a partir de forças antagônicas, duais, bem expressas na oposição Umbanda/Quimbanda, Exu/Preto-Velho.
Mas há sempre uma tentativa de se abolir o mal, o inferior, de uma religião, da sua presença numa família, ou de outros grupos. A religião cristã, mandará o demoníaco para o inferno, expulsando-o da consciência. A família enviará o filho para o psicólogo (o problema é do filho), na pretensão de adaptá-lo. Numa sala de aula ou num ambiente de trabalho, poderá haver mecanismos, por quem centra o poder de liderança, para manipular as demais consciências contra aquele que desestabiliza a ordem.
Existe, pois, uma tendência psíquica, de reencontrar o paraíso, o lugar do não-dualismo, do não-desejo, um lugar onde não se tem medo, insegurança, dúvida. Mas Exu tem a finalidade arquetípica de rememorar a entrada do ser humano na história, uma história que só foi possível porque havia uma força antagônica, rebelde, provocadora de mudanças que impulsionou a humanidade a sair deste estado paradisíaco.
As deformidades e feridas de Exu
Diz Hillman que as “figuras mitológicas dos jovens deuses e heróis freqüentemente trazem aleijões, invalidez, sangramento e às vezes castração.” O autor interpreta o motivo do aleijamento como ponto de vista unilateral, ou seja, uma parte do corpo apresentada como disforme vai dizer de um outro aspecto que foi retirado da relação de equilíbrio.
Hillman, analisando os pés alados de Hermes, o calcanhar de Aquiles, e os pés feridos de Jesus na cruz, irá compreender esses símbolos como uma consciência que não pode andar, que é incapaz de estar no mundo com ambos os pés no chão, como se o transcendente fosse incapaz de situar-se inteiramente como humano.  Estaria implicada nessas feridas ou deformidades aladas a busca pelo espírito do pai. Assim também, continua o autor, como o xamã que dança com uma perna só e cuja distorção não-natural representa um poder sobrenatural.
Encontra-se também em Exu, as deformidades e feridas a que se referiu Hillman. O Exu Marabô se manisfesta, de modo geral, como um homem preto, bastante feio, uma pele corroída pela bexiga (peste), e Exu dos Rios tem chifres na sua cabeça. Exu Veludo, apesar de seu porte elegante, apresenta “pés-de-cabra”, através dos quais é facilmente reconhecido. Exu Calunga é um anão e Exu dos Ventos também apresenta os pés em forma de funil, semelhante aos dos ciclones e dos furacões.
As deformidades no corpo de Exu referem-se, a partir de Hillman, às fendas abertas na psique pela cisão do arquétipo senex-puer. Elas falam de uma ferida parental que em Exu adquire um aspecto diabólico. Gambini vai se referir às imagens de anomalia que aparecem na cultura brasileira, o Saci de uma perna só, a mula-sem-cabeça, o Caipora com os pés virados ao contrário como auto-representações do lado não-domesticável da alma. As imagens bizarras que se apresentam em Exu, diabólicas, apavorantes, amorais e que habitam as profundezas da psique coletiva, causando repúdio, medo e fascínio ao mesmo tempo, dizem respeito, então, ao expurgo que foi feito pela sociedade autoritária brasileira - senex devorador (que pretende manter uma persona  de “um país abençoado por Deus”) -, de tudo que considerou como pertencente ao domínio do inferior. A saber: a sua cultura nacional considerada como ruim “porque impregnada de subalternidade da terra tropical e da inferioridade dos povos de cor.”
Outra alteração no corpo de Exu e de fundamental importância psicológica diz respeito à poda do seu falo. Observa Bastide que o caráter fálico de Exu na África (ele é que presidia o ato sexual) é bem acentuado, mas que no Brasil suas representações são assexuadas. O autor justifica tal fato devido à moral luso-brasileira, que com a censura da Ordem dos Jesuítas chegou a mutilar até nas igrejas as imagens de anjos sexuados. Portanto, para poder ser introduzido no meio brasileiro, Exu teve que perder seu caráter fálico ou dissimulá-lo.
Psicologicamente está-se falando de uma castração que pode ser entendida como “o ato supremo de desvirilização e humilhação. E também a perda da capacidade masculina de fertilizar e engravidar; é a esterilização do espírito.”  A sexualidade, exceto para o mundo moderno, “foi em todos os tempos uma hierofania”, diz Eliade, ela foi sempre uma função, cuja valência suprema foi  a função cosmológica.  Para Neumann, o falo é o símbolo do arquétipo do pai e o princípio do masculino, ele “representa um poder numinoso, o vento do espírito, que retira sua energia fecundante do céu diurno e do sol-espírito”. A partir desses pressupostos pode-se compreender o falo como portador de uma imagem sagrada, arquetípica, que se refere à capacidade de penetração na vida, à capacidade empreendedora, criativa e inauguradora de instituições, valores e novas visões de mundo.
Dentro do contexto do presente trabalho, em que se procura visualizar em Exu a ruptura entre o senex - os valores da sociedade autoritária e cristã, que são veiculados na Umbanda -, e o puer - a originalidade, a rebeldia, a irreverência, a liberdade do “Povo da rua”, a Quimbanda -,  a poda do falo vem caracterizar o empenho da sociedade branca e oficial, e que se expressou na religião da Umbanda,  de desmerecer a existência de uma identidade genuína, mas que é considerada inferior. Segundo Darcy Ribeiro, é nas camadas subalternas e como cultura vulgar que se exerce a criatividade que viria a atender aos requesitos necessários à sobrevivência material, à convivência humana e ao atendimento das necessidades espirituais. Segundo o autor, foi por meio desta cultura vulgar - recheada de elementos indígenas e africanos - que o povo brasileiro edificou, com o que dispunha, a cultura nacional. O corte do caráter fálico de Exu prediz a ausência do arquétipo do pai na cultura, aquele “Velho Rei”, sábio, que dá ao seu filho sua própria espada e o incentiva a buscar o tesouro almejado - sua individuação, sua autenticidade. No caso brasileiro, esta espada foi doada inicialmente à cultura lusitana, inglesa e francesa e hoje à dos Estados Unidos, que vêm ao longo da história servindo de modelo para a cultura brasileira. Mas na Quimbanda, Exu, como puer, se rebela contra essa pretensão do senex - a linha direita da Umbanda -, e torna isto possível porque sua mensagem é mítica, ela revela o lado obscuro que a consciência coletiva a todo custo tenta ocultar. Como no mito que mesmo ferido e morto sempre renasce, Exu reatualiza nos terreiros de Umbanda/Quimbanda essa verdade humana. Exu, símbolo do filho abandonado (os valores genuínos da cultura que por serem considerados inferiores são imaginados como o mal) trás em si a insistência do arquétipo da sombra que quer se fazer revelar.
A consciência cindida procura um bode expiatório em que possa projetar sua sombra. No campo religioso brasileiro esse bode expiatório é encontrado na entidade de Exu., que servirá de tela de projeção para a sombra da elite patriarcal escondida sob uma persona identificada com os valores da velha ética ocidental conforme foi descrita por Neumann. Uma velha ética fundamentada nos valores judaico-cristãos e gregos, que exalta o que é belo e bom, excluindo quaisquer outros valores que contradigam o ideal de perfeição e de modelo a ser seguido. A “negação do negativo” como princípio fundamental da velha ética faz com que o ego, através da repressão, exclua as partes da personalidade que contradizem o valor ético tornando-os inconscientes. A velha ética, conforme Neumann, repousa sobre o princípio da cisão dos opostos, da luta entre o bem e o mal, entre luz e trevas. No campo religioso, pois, foi Exu que acabou encarnando os valores rejeitados pela velha ética ocidental da sociedade burguesa e cristã, acusado de portador do mal. Assim, em vez de se compreender o mal como uma das possibilidades do ser humano, uma das configurações que se pode dar ao mundo, foi mais confortável para a consciência individual e coletiva localizar naquela entidade espiritual o mal que na verdade habita os próprios porões do seu inconsciente.
Assim, não suportando entrar em contato com a sombra, esta sociedade vê em Exu a contra-ordem, o filho rebelde na sua luta contra o senex, o senhor da ordem, veiculado através dos valores morais da Umbanda.
Conclusão

Foi pretensão mostrar, enfim, que as relações podem ser refeitas através da tensão entre Umbanda e Quimbanda, PretoVelho e Exu. Os conflitos são reatualizados de forma positiva:  Exu, o puer, o filho expulso do céu e lançado ao mundo das trevas, o sempre rebelde, tem a possibilidade de dialogar com o senex, as  entidades espirituais portadoras do espírito do Pai, do arquétipo do Velho Sábio. Esperteza, estratégia, irreverência, despreocupação, surpresa, podem ser um grande aliado do bom senso, do que é certo, do que é determinado, previsível. Ou seja, o ego toma consciência dos conteúdos do inconsciente. Ele reconhece os perigos da vida instintiva, da sombra, sua eterna companheira. Essa capacidade psíquica  gera reflexão, uma consciência sempre atenta às diferentes escolhas, aos diversos julgamentos. Uma consciência que vê em si mesma o mal que é apontado no outro. Comenta Jung:
      Se quisermos imaginar uma pessoa bastante corajosa para se desvencilhar de todas essas projeções, devemos pensar, em primeiro lugar, num indivíduo que tenha consciência de possuir uma sombra considerável. Tal homem sobrecarregou-se de novos problemas e conflitos. Converteu-se numa séria tarefa para si mesmo, porque já não pode mais dizer que são os outros que fazem tal ou tal coisa, nem que são eles os culpados e que é preciso combatê-los. Vive na “casa do autoconhecimento”, da concentração interior. Seja qual for a coisa que ande mal no mundo, este homem sabe que o mesmo acontece dentro dele, e se aprender a arranjar-se com a própria sombra, já terá feito alguma coisa pelo mundo.
        Se Da Matta, analisando D. Flor, vê nos fracos aqueles que seriam capazes de sínteses positivas e surpreendentes, sínteses que seriam capazes de contar uma história onde, finalmente, casa, rua e mundo sobrenatural se entrelaçam , foi verificada na religião da Umbanda e na sua relação com a Quimbanda, essa mesma possibilidade. É a tensão, necessária, que existe entre Exu e linha direita que faz ficar tênue a fronteira entre o que é bem e o que é mal, possibilitando à consciência se retirar de posições unilaterais e oferecer ao indivíduo e ao coletivo uma vida mais plena, fundamentada na alteridade e na solidariedade.
O processo de individuação pressupõe a transcendência dos opostos, que deriva do confronto entre posições contrárias. Jung diz:
      (...) estas posições contrárias geram uma tensão carregada de energia que produz algo de vivo, um terceiro elemento que não é um aborto lógico, consoante o princípio: tertium non datur (não há um terceiro integrante), mas um deslocamento a partir da suspensão entre os opostos e que leva a um novo modo de ser, a uma nova situação,
        Pode-se concluir que tanto o sincretismo da Umbanda quanto as oposições entre a linha direita e a linha equerda são capazes de produzir totalidades ancoradas em diferenças que não se conciliam, não se sobrepõem e não se integram. As diferenças, os opostos, são transcendidos, propiciando o surgimento do terceiro elemento, de uma nova situação como diz Jung. No caso da Umbanda e da Quimbanda, essa situação nova, e que é renovada a cada gira, é o encontro do mundo profano com o mundo sagrado no terreiro de Umbanda. Esse encontro que é respeitoso às forças de cada linha, é feito ao som dos atabaques, das palmas, da dança, dos cantos que invocam tanto a presença do que é obscuro e caótico, como do que é ordenado. Nesse momento existe emoção, reverência a ambos os mundos.
        A ambigüidade de Exu, as tensões que ele provoca,  podem,  enfim, se transformar em luz!




Por: Sônia Regina C Lages

Exú Veludo


Este Exu, vem das costas orientais da África, era swahili (negro arabizado). Usa um turbante na cabeça, e lindos tecidos de veludo trazidos de oriente, que lhe valeram o apelido na Kimbanda de "veludo" Dado a sua forma luxuosa de se vestir, no estilo muçulmano, muitos que viram seu tipo de apresentação através da mediunidade, o confundiram com um cigano e o associaram com os mesmos. Isto não significa que não trabalhe com os ciganos, ao contrário, tem inclusive uma passagem ou caminho que se apresenta como um.
Tem muitos conhecimentos sobre feitiços que se fazem utilizando panos, tigelas, agulhas, pembas e outros ingredientes. Abre os caminhos e limpa trabalhos negativos feitos nos cemitérios. Gosta de um bom whisky e grossos charutos.
Alguns de seus caminhos são:
  • Exu Veludo da Meia Noite
  • Exu Veludo Cigano
  • Exu Veludo 7 Encruzilhadas
  • Exu Veludo Menino (Veludinho)
  • Exu Veludo dos 7 Cruzeiros
  • Exu Veludo das Almas
  • Exu Veludo dos Infernos
  • Exu Veludo da Kalunga
  • Exu Veludo da Praia
  • Exu Veludo do Oriente
  • Exu Veludo Sigatana
  • Exu Veludo do Lixo

Pomba- Gira Rosa Caveira


Pomba gira rosa caveira é uma pomba gira que trabalha com seus parceiros de calunga em busca da evolução dos seres humanos e deles próprios.



Com aconselhamentos muitas vezes com certa impaciência não perdoa seus inimigos e protege seus cavalos sem mesmo eles pedirem sua proteção, odeia injustiça, se irrita com os tolos, temperamento forte como de exu caveira, se cuidada é uma pomba gira rica e bela ajuda em causas que aparentemente estão perdidas, e abraça a causa de uma pessoa injustiçada, não gosta  de teimosia, e seus recados são diretos e muitas vezes fortes , vem na falange de tatá caveira , falange maravilhosa e firme .

Uma mulher de fibra, vencedora de demanda, pomba gira de trabalho não gosta de muita brincadeira , quando vira sua gargalhada é de dor, é como se toda calunga viesse com ela estremecendo corações e o chão.

Quando cobra seus cavalos ataca diretamente a saúde e a parte financeira muitas vezes o cavalo tende a cair em depressão.

Geralmente os seus cavalos vivem em altos e baixos até acertar um tiro certo na felicidade e na realização profissional.

Rosa caveira gosta de fartura, as coisas certas  e positivas , é uma pomba gira que quando cuidada ajuda seus cavalos tanto a evoluir espiritualmente quanto na vida nessa terra , os realizando na parte financeira e amorosa .

Como trabalha com caveira e ele é o rei da sua falange, suas oferendas ela sempre pede um frango ou carré para oferecer antes ao senhor caveira como sinal de respeito e depois disso recebe a sua.

A mesma coisa faz molambo da lixeira, pois respeita caveira e tem ele como o rei dos exus na sua casa e porteira junto com rosa caveira.

Geralmente, aprecia bebidas doces, cigarros, rosas, padês, frangas.

Suas vestes saias, capas.

Cores: preto, vermelho, roxo.


Bom essa Lenda que será contada aqui, pertence à uma de suas vidas passadas, lembrado que nem sempre a Rosa Caveira que incorpora em Cicrano, é a mesma que incorpora Fulano. Então a historia poderá ser diferente da outra, mas sempre será a mesma Rosa Caveira. Larôye Pomba Gira.

Ela viveu aproximadamente á 2.300 anos antes de Cristo, na região da Mongólia, os seus pais eram agricultores e tinham muita terra. Ela era uma das 7 filhas do casal, sendo que seu nascimento, deu-se na primavera e a mãe dela tinha um jardim muito grande de rosas vermelhas e amarelas, que rodeava toda sua casa. E foi nesse jardim, onde ocorreu seu parto. Seus pais além de serem agricultores, também eram feiticeiros, mas só praticavam o bem para aqueles que os procuravam, e sua mãe tinha muita fé em um cruzeiro que existia atrás de sua casa no meio do jardim, onde seus parentes eram enterrados. No parto da Rosa Caveira, a mãe estava com problemas, e dificultava o nascimento da mesma e estava perdendo muito sangue, podendo até morrer no parto. Foi quando a avó da Rosa Caveira que já havia falecido há muito tempo, e estava sepultada naquele cemitério atrás de sua casa, vendo o sofrimento de sua filha, veio espiritualmente ajuda-la no parto, sendo que sua mãe com muita dificuldade e a ajuda de sua avó (falecida), conseguiu dar a luz a Rosa Caveira, e como prova de seu Amor a neta, sua avó, colocou em sua volta, várias Rosas Amarelas e pediu a sua filha que a batiza-se com o nome de ROSA CAVEIRA, pelo fato dela ter nascido em um jardim repleto de Rosas e encima de um Campo Santo (cemitério), e também por causa da aparência Astral de sua mãe (avó), que aparentava uma Caveira. E em agradecimento a ajuda da mesma, ela colocou uma Rosa Amarela em seu peito e segurando a mão de sua mãe, a batizou com o nome de ROSA CAVEIRA DO CRUZEIRO, conhecida com o nome popular de Rosa Caveira.
Ela cresceu com as irmãs, mas sempre foi tratada de modo diferente pela suas irmãs, sempre quando chegava a data de seu aniversario sua avó ia visitá-la (espiritualmente), e por causa destas visitas e carinho que seus pais tinham a ela, suas irmãs começaram a ficar com ciúmes e começaram a maltratar a Rosa, debochar dela, chamar ela de amaldiçoada pois havia nascido encima de um Campo Santo e seu parto feito por uma morta, de caveira dos infernos, etc. E a cada dia que se passava, Rosa ficava com mais raiva de suas irmãs. Então ela pediu para seus pais, que ensinasse a trabalhar com magia, mas não para fazer maldade, mas sim para sua própria defesa, e ajuda de pessoas que por ventura a fosse procurar. Sua avó vinha sempre lhe dizer que ela precisaria se cuidar, pois coisas muito graves estariam para acontecer. Seu pai muito atencioso a ensinou tudo o que ela poderia apreender, e também ensinou-a a manejar espadas, lanças, punhais, ou seja, armas em geral. Sua mãe lhe ensinou tudo o que poderia ser feito com ervas, porções, perfumes, e principalmente o que se poderia fazer em um Cruzeiro. Foi ai que suas irmãs ficaram com mais raiva ainda, pois ela estava sendo preparada para ser uma grande Feiticeira, e sendo ajudada por seus Pais e sua Avó, e zombava mais ainda dela, chamando-a de mulher misturada com homem e demônio, uma aberração da natureza, não por causa de sua aparência, pois ela era linda, mas sim por vir ao mundo nas mãos de uma Caveira (sua avó), e ter nascido encima de um cemitério.

Suas irmãs se casaram com agricultores da região, porém uma de suas irmãs (a mais velha), se aperfeiçoou em Magia Negra, e por vingança do carinho e a presteza que seus Pais davam a Rosa e não a elas, não porque seus pais gostavam mais dela, pois eles tinham amor igual a todas, mas Rosa demonstrava mais interesse do que as outras, ela fez um feitiço que matou seus pais. A Rosa com muita raiva, matou sua irmã e seu marido. As outras irmãs com medo dela, juraram lealdade a ela e nunca mais zombaram dela.
Aos 19 anos ela saiu ao mundo querendo descobrir algo novo em sua vida, foi quando ela conheceu um homem (Mago) que tinha 77 anos, e juntos com seus 4 irmãos, ele foi ensinando a ela varias magias e feitiços, tudo sobre a vingança, o ódio, a dor, pois esse homem era o Mago mais odiado e temido da redondeza pelos Senhores Feudais e Magos Negros. Vivia em um cemitério com seus 4 irmãos e discípulos. Ela aprendeu a ver o futuro e fazer várias Magias de um modo diferente, sempre usava um crânio tanto humano como de animal e em sua boca colocava uma rosa amarela, foi quando em uma de suas visões, viu suas irmãs planejarem sua morte. Ela por sua vez muito esperta, fez uma Magia, que matou todas suas irmãs. Após fazer isso ela voltou a companhia do mago, e com sua ajuda percorreu várias aldeias, causando guerras para fazer justiça e para livrar os povos dos Senhores Feudais, e também livrar esses povos de encantos de Magos Negros e Feiticeiros Malignos, e por causa disso ela era muito venerada, adorada e respeita por todos. Aos 99 anos, seu amado e seu mestre, morreu e ela assumiu seu lugar junto com o irmão mais velho do mago.

Aos 77 anos ela foi traída por um dos irmãos do mago falecido, o terceiro irmão, que a entregou a um mago que estava a sua procura, este Mago era um dos mais temidos e perversos e que sabia o ponto fraco dela. Com a ajuda desse irmão, esse Mago a matou, e degolou a Rosa e entregou sua cabeça em uma bandeja de ouro rodeada de rosas vermelhas, para os Espíritos dos Magos Negros. Após isso ela ficou aprisionada espiritualmente por esse mago até ser liberta pelo seu amado e mestre o mago falecido, que entregou a falange do Exu Caveira. O irmão do mago que a traiu, foi morto 3 anos depois pela própria Rosa, que deu sua alma de presente a seu Amado e Mestre, se tornando assim seu escravo.
Foi ai que ela começou a trabalhar na linha das almas e ficou conhecida como Rosa Caveira (Pomba-Gira Guerreira e Justiceira), pois em sua apresentação astral ela vem em forma de mulher ou caveira, ou meio a meio sempre com uma Rosa amarela em suas mãos e uma caveira aos seus pés, caveira esta que representa, todos seus inimigos que cruzam seu caminho.

Trabalha na linha das almas e faz parte da falange do Exu Caveira e Tava Caveira

Seu ponto de força, é no cruzeiro das almas, onde são entregues seus pedidos e oferendas.

Sua Flor preferida é Rosa Amarela

Sua guia é, preto e branco ou amarelo e preto.

Pertence a linha negativa dos pretos velhos.

Pontos

Rosa amarela, rosa vermelha

Lá no cemitério onde mora Rosa Caveira

terça-feira, 23 de agosto de 2011

POMBA GIRA MARIA MULAMBO

Pomba Gira Maria Mulambo apresenta-se quase sempre muito bela, feminina, amável, deslumbrante, sedutora. Ela gosta das bebidas suaves como: Vinhos doces, licores, cidra, champanhe, anis, etc. Pomba Gira Maria Mulambo gosta também: cigarros e cigarrilhas de boa qualidade, assim como também lhe atrai o luxo, o brilho e o destaque. Usa sempre muitos colares, anéis, brincos, pulseiras, etc.


Conta-se que a história de Maria Mulumbo que essa Pomba gira nasceu em berço de ouro, cercada de luxo. Seus pai e mãe não eram Reis, mas faziam parte da corte no pequeno reinado. Maria Mulambo cresceu sempre bonita e delicada. Com seus trejeitos, sempre foi chamada de princesinha, mas não era. Maria Mulambo aos seus 15 anos, foi pedida em casamento pelo rei, para casar-se com seu filho de 40 anos.

Foi um casamento sem amor, apenas para que as famílias se unissem e a fortuna aumentasse. Os anos se passavam e Maria Mulambo não engravidava. O reino precisava de um outro sucessor ao trono. Maria amargava a dor, além de manter um casamento sem amor, ser chamada de árvore que não dá frutos; e nesta época, toda mulher que não tinha filhos era tida como amaldiçoada.

Parcialmente a isso tudo, a nossa Maria Mulambo era uma mulher que praticava a caridade, indo ela mesma aos povoados pobres do reino, ajudar aos doentes e mais necessitados. Nessas suas idas aos locais mais pobres, conheceu um jovem, apenas dois anos mais velho que ela, que havia ficado viúvo e tinha três filhos pequenos, dos quais cuidava como todo amor. Foi amor à primeira vista, de ambas as partes, só que nenhum dos dois tinha coragem de aceitar esse amor. O rei morreu, o príncipe foi coroado e Maria Mulambo declarada rainha daquele pequeno país.


Todo o povo adorava Maria Mulambo, mas alguns a viam com olhar de inveja e criticavam Maria Mulambo por não poder engravidar. No dia da coroação os pobres súditos não tinham o que oferecer a Maria Mulambo, que era tão bondosa com eles. Então fizeram um tapete de flores para que Maria passasse por cima. A nossa Maria se emocionou; seu marido, o rei, morreu de inveja e ao chegar ao castelo trancou Maria no quarto e deu-lhe a primeira das inúmeras surras que ele lhe aplicaria. Bastava ele beber um pouquinho e Maria Mulambo sofria com suas agressões verbais, tapas, socos e pontapés. Mesmo machucada, nossa Maria não parou de ir aos povoados pobres praticar a caridade.Num destes dias, o amado de Maria, ao vê-la com tantas marcas, resolveu declarar seu amor e propôs que fugissem, para viverem realmente seu grande amor. Combinaram tudo. Os pais do rapaz tomariam conta de seus filhos até que a situação se acalmasse e ele pudesse reconstruir a família. Maria fugiu com seu amor apenas com a roupa do corpo, deixando ouro e jóias para trás.


O rei no princípio mandou procurá-la, mas, como não a encontrou, desistiu. Maria Mulambo agora não se vestia com luxo e riquezas,agora vestia roupas humildes que, de tão surradas, pareciam mulambos; só que ela era feliz. E engravidou. A notícia correu todo país e chegou aos ouvidos do rei. O rei se desesperou em saber que ele é que era uma árvore que não dá frutos. A loucura tomou conta dele ao saber que era estéril e, como rei, ele achava que isso não podia acontecer. Ele tinha que limpar seu nome e sua honra.Mandou seus guardas prenderem Maria, que de rainha passou a ser chamada de Maria Mulambo, não como deboche mas, sim, pelo fato de ela agora pertencer ao povo. Ordenou aos guardas que amarrassem duas pedras aos pés de Maria e que a jogassem na parte mais funda do rio. O povo não soube, somente os guardas; só que 7 dias após esse crime, às margens do rio, no local onde Maria foi morta, começaram a nascer flores que nunca ali haviam nascido. os peixes do rio somente eram pescados naquele local, onde sófaltavam pular fora d’água. Seu amado desconfiou e mergulhou no rio, procurando o corpo de Maria Mulambo; e o encontrou.

Mesmo depois de estar tantos dias mergulhado na água, o corpo estava intacto; parecia que ia voltar à vida. os mulambos com que Maria Mulambo foi jogada ao rio sumiram. Sua roupa era de rainha. Jóias cobriam seu corpo. Velaram seu corpo inerte e, como era de costume, fizeram uma cerimonia digna de uma rainha e cremaram seu corpo. O rei enlouqueceu. Seu amado nunca mais se casou,cultuando-a por toda a vida, à espera de poder encontrá-la de novo. À espera de poder reencontrar sua Maria. No dia em que ele morreu e reencontrou Maria Mulambo, o céu se fez do azul mais límpido e teve início a primavera.

Assim termina a Lenda de Maria Mulambo um pomba gira muito reverenciada.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Xangô Kaô Kabecili


Xangô é o Orixá dos reis, dos justos e dos poderosos. Ele próprio foi um rei guerreiro que conquistou reinos e enriqueceu seu povo. O seu trabalho entre os homens é cobrar de quem deve e premiar a quem merece, agindo sempre com sabedoria, justiça e poder.

Este Orixá é vaidoso, violento e atrevido. Gosta de festas e comemorações. É o Orixá do raio e do trovão, o seu elemento é a pedra.

No sincretismo os africanos o ligaram a São João Batista a São Pedro e a São Jerônimo.

Conforme a região do Brasil, Xangô é sincretizado a um destes três, em algumas regiões, como o Rio de Janeiro, a dois simultaneamente (São João Batista comemorado a 24 de junho e São Jerônimo comemorado a 30 de setembro).


Seu dia na semana é a quarta feira sua cor na Umbanda é o marrom.

Na mitologia romana é Júpiter, o pai e mestre dos deuses, para os gregos é Zeus, aquele que usava seus raios para punir os mortais, esta correspondência pode ser feita pelo poder supremo que ambos encarnam.
No Tarô há uma lâmina que contém o principal arquétipo de Xangô, é a Justiça representada pelo arcano VIII, que é quem encarna a recompensa justa, a distribuição do prêmio e do castigo. A espada de ouro que a justiça carrega assim como o Orixá em sua representação simboliza as lutas necessárias para se conseguir o equilíbrio, que a balança na outra mão indica ser possível.
A palavra de Xangô é a Justiça
O Físico e o Temperamento
O filho de Xangô não costuma ser muito alto, tem tendência a calvície e seu porte é altivo transmitindo vigor e sensualidade.
Gosta de comer e beber bem, é um apreciador das coisas boas da vida e gosta de compartilhar tudo com aqueles a quem estima, pois faz parte de sua natureza agradar os amigos.
A ambição do filho de Xangô é enorme, desde jovem ele procura o sucesso e a fortuna, mas às vezes gasta as suas energias em atividades que não são as mais indicadas, nestas ocasiões deve ser deixado à vontade, pois é através dos erros e tentativas que vai encontrar sua vocação.
É difícil um filho de Xangô admitir que esteja errado, ele é inflexível e intratável quando contrariado. Seus inimigos serão tratados com rigor e ele fará tudo para desacreditá-los frente aos outros. Mas por maiores sejam as provações que ele tenha que passar haverá sempre uma sorte fantástica a protegê-lo que o anima e encoraja a prosseguir.
Apesar de autoritário a bondade do filho de Xangô é grande, ele concilia severidade com justiça, exigência com reconhecimento, cobrança com recompensa.
Um dos seus defeitos é a falta de criatividade, já que ele não é muito bom para inventar, prefere aperfeiçoar o que já foi criado. É franco, não esconde seus sentimentos, não finge nem dissimula. Sua franqueza faz com colecione alguns inimigos durante a vida, o que não o impede de continuar agindo desta forma.
As emoções desta pessoa são variáveis. Por vezes é orgulhoso, impulsivo, mutável, rebelde. Noutras ocasiões é cortês, generoso e diplomata.
Alguns seguem o caminho da filosofia e teologia, mas a grande maioria deles prefere usufruir apenas da vida material.
Os filhos de Xangô têm boas aptidões para ganhar dinheiro, mas também tem grande capacidade de gastá-lo. Esbanjam com bens pouco duráveis, sem preocupação de criar um patrimônio sólido que o garanta na velhice.
Sua capacidade de aprendizagem está mais ligada aos aspectos práticos do que aos teóricos. Adquire conhecimentos que lhe sejam úteis no desempenho de suas atividades e é muito rápido nisto. Mas não será o pai de uma criação totalmente inovadora.
Amor e Casamento
O filho de Xangô não gosta de pessoas pessimistas, ele quer alguém ativo e dinâmico, com vontade de manter a relação nova sempre.
Se você é incomum, estimulante, sempre notada ou notado quando entra em uma sala, terá grande possibilidade de ser escolhido(a) por ele(a), pois é o filho de Xangô quem escolhe o seu par.
Encantador e envolvente sabe conquistar, mas o desafio da conquista pode fazer com que ele (a) use a pessoa sem se preocupar com os sentimentos dela. A competição para ele é importante e vencê-la mais prazeroso ainda, o problema é que ele(a) não sabe o que fazer com o troféu e sentir por causa disto frustração no amor.
Para manter um relacionamento estável com o filho(a) deste Orixá é necessária boa harmonia mental, bom humor, perspicácia e sensibilidade. A vida tem que ser levada com diversão e inovação bem dosadas. O filho de Xangô nem sempre é fiel a companheira, mas sempre se mantém fiel ao casamento, esta instituição e sua função legal e social são extremamente respeitadas por ele.
Discussões e desentendimentos são comuns numa ligação com um(a) filho(a) de Xangô, ele não gosta de ser cobrado ou vigiado, embora considere seus esses direitos, é zeloso com o que considera seu e não aceita traições.
Quando mais maduro e vivido torna-se muito mais estável e sincero, é nesta fase da vida que suas relações tornam-se duradouras.
Trabalho e Dinheiro
Sua vida profissional começará cedo, tem a sua disposição carreiras que o coloquem em contato com o público, tais como, vendas, política, advocacia e tudo que seja ligado à justiça, mercado financeiro e administração de bens de terceiros também lhe cabem.
Mas, qualquer que seja a atividade ele(a) lutará pra ter reconhecimento e destaque.
Embora seja desorganizado é exigente e rigoroso com seus comandados, que geralmente são leais e produtivos, pois apesar de sua severidade sabe como premiar e motivar aqueles que rendem bem. É crítico, mas faz as suas observações abertamente e com a mesma sinceridade com que critica distribui elogios a quem os mereça.
Não gosta de projetos a longo prazo pois se impacienta com a espera por resultados, é honesto, esperto e rápido, mas sempre fará tudo as claras, cumprindo sempre com sua palavra.
O filho de Xangô é protegido pela sorte com S maiúsculo, quando tudo parece dar errado no fim o sucesso baterá a sua porta. O problema para ele é saber conservar o que conquista, já que gasta demais com coisas que não constituirão reserva patrimonial.
Saúde
As áreas mais sensíveis para um filho de Xangô, aquelas que ele precisa atender para não ter problemas de saúde são: os quadris, os pulmões, o fígado e os intestinos.
A estafa por excesso de serviço pode comprometer e muito seu desempenho profissional, seus hábitos alimentares também comprometem sua saúde fragilizando seu fígado e intestinos.
Esses desequilíbrios alteram seu desempenho profissional, seu temperamento otimista e entusiasmado, tornando-o pouco inspirado em suas ações e impaciente com a família.
O Homem de Xangô
Este homem é um entusiasmado e idealista, tem capacidade de reunir uma multidão em seu redor, seu otimismo cativa as pessoas e as estimula. Cedo se tornará independente de sua família. Trabalhando muito com honestidade conquistará tudo o que merece amparado pela sorte com que seu Orixá lhe abençoa.
Quando as coisas não saem como ele deseja, não se deixa prender pelo desânimo, mesmo tendo que alterar seus planos iniciais, não deixa de acreditar que tudo vai mudar para melhor e quase sempre muda mesmo!
Sua franqueza lhe traz inimizades ou provoca situações embaraçosas, mas ele nunca fala para ferir. Ser franco em excesso é um defeito que deve ser considerado por ele.
Gostam das florestas, dos rios, das montanhas e dos desertos. As pedras são o elemento do qual ele pode se servir para recuperar as forças.
As extravagâncias deste filho estão ligadas ao seu prazer em usufruir das coisas boas que a vida lhe oferece. Convém a ele equilibrar suas despesas com poupança, pois é comum o filho de Xangô ser obrigado a viver uma velhice muito mais modesta do que sua vida na juventude. Manterá quando maduro e na velhice uma aura de juventude, pois conservará seu otimismo através dos anos.
A Mulher de Xangô
Excelente companheira, com forte tino comercial, amante da natureza e da vida ao ar livre, atende sua casa com competência e é uma fonte renovadora com seu eterno positivismo.
Ao contrário dos homens de Xangô, as mulheres regidas por esse Orixá são muito fiéis no amor. Tem paixões honestas e rápidas, mas quando se decide por um companheiro será de uma lealdade a toda prova. Seu companheiro deverá compartilhar com ela sua alegria de viver, a vida ao lado dela é bastante movimentada, com atividades sociais e esportivas bastante intensas.
É sincera, mas nem sempre suas observações são cautelosas, fala sem pensar e isto pode lhe criar situações embaraçosas já que alguém poderá se sentir ofendido com comentários impensados, porém nunca intencionais.
Com o tempo e a maturidade aprenderá a ser mais diplomática e a medir mais suas palavras.
De personalidade forte e independente a mulher filha de Xangô, não gosta de ser mandada, às vezes precisa de um pulso firme para ser controlada.
De temperamento sincero e ingênuo pode ser vítima de desilusões desde cedo, o que forjará uma atitude de desconfiança em relação aos homens.
Detesta serviço doméstico, mas será boa dona de casa, pois odeia mais desorganização e sujeira, um ambiente limpo e bonito a faz se sentir muito bem.
Com os filhos é mais companheira que educadora, dela eles recebem estímulos, aprenderão a ser francos, otimistas e honestos, mas sua disciplina deixará a desejar.


Texto de Pai André

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Final de semana em Paz comigo mesmo...

Gente estou aqui para dividir com vocês mais uma de minhas alegrias, como algumas pessoas sabem fui viajar para Campos de Holambra - Paranapanema - SP. Feliz demais, embora eu odiar ficar por muito tempo lá,  passei uma maravilhosa noite em companhia de meus pais, minha irmã e meu cunhado.
 Sai dar uma volta pelo distrito, fui até a casa de uma tia, onde passei um bom tempo, antes de retornar pra casa da minha irmã. No caminho muitas coisas iam se passando pela minha cabeça, de histórias que já vivi ali, muitas alegres e algumas tristes, porém felizes demais... Não encontrei com nenhum dos meus conhecidos ( meus amigos antigos que lá deixei.).
 Tive uma noite maravilhosa de sono ( embora o calor tenha atrapalhado um pouco..). Mais enfim, o dia amanheceu e minhas horas ali estavam contadas, teria que voltar pra minha cidade. Visitei uma amiga, voltei até casa da minha irmã, onde preparamos um churrasco pra comemorar o dia dos pais, logo já começamos a arrumar as malas, por que a viajem tinha que continuar, até então nesse momento nada de magnifico aconteceu.
 Pegamos a estrada sentido a cidade de Paranapanema ( uma pequena cidade do interior de são paulo). Aonde por alguns minutos fui remetido ao passado numa fração de segundos.. reencontrei amigos que não via a anos, e o carinho foi tão grande que perdi a noção do tempo e espaço ( fiquei encantado em reviver um dos momentos mais magnificos da minha vida, alias da minha infância e adolescência ).
 Nesse momento não queria nem voltar para minha vida aqui na minha cidade, queria ter continuado naquele momento mágico, mais como as horas voam tive que voltar a minha realidade, e pegar a estrada novamente, então me despedi com promessas de voltar ( e assim espero vir a cumprir ). Logo pegamos a estrada novamente e o próximo destino seria Angatuba ( outra cidade pequena), mais muito acolhedora , afinal toda minha família é dessa região...
a seguir vou postar algumas fotos, dos lugares por onde passei na viajem >>>>
                                              Entrada do Distrito de Campos de Holambra
                                                      A Bandeira na estrada do distrito
                                              Logo em seguida ( isso aparece do lado direito)
                                                  E dou outro lado da rua essa construção
                                                  Mais um monumento na entrada
                                                    A Holandesa dos sonhos...( hahaha)
                                  Enfim a Entrada de Paranapanema ( uma cidade antiga, alias com muitas construções antigas, mais porem uma cidade voltada para o futuro... um mistura de gerações )
     Essa ai é a Cidade de Angatuba... a ultima cidade a ser visitada por mim nesse final de semana
espero que tenham gostado

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pensamento e reflexão



Li isto no livro do Paulo Coelho, e acabei que gostando por demais  (risos)Vamos a frase então " Que a morte esteja sempre sentada ao meu lado. Assim, qd eu precisar fazer coisas importantes, ela me dará a força e a coragem necessárias." ótima reflexão a todos 

Sem Pé Nem Cabeça (Momentos)

Recentemente acabo de ler o livro "Ser Como O Rio Que Fluir" (Paulo Coelho), um livro perfeito ao meu ponto de vista, assim como vários outros que andei lendo nesses últimos meses. Mudando um pouco de assunto, como sempre minha cabeça vive em conflito com ela mesma, cheia de perguntas sem respostas, ou com uma  resposta Inaceitável para minha pessoa.
Nada é eterno certo? não sei se isso é o correto a se afirmar, mais certas coisas certamente não são, as flores são uma exemplo vivo disso, elas nascem hoje, daqui a três dias elas já não existem mais, isso acontece com o amor também?
Dizem que ser comer carne vermelha é um crime, por estarmos matando seres vivos para se alimentar, mais há um porém, nunca paro para se perguntar, se o alface e o tomate e etc... não sofrem ao serem arrancados da terra, sou wiccano/umbandista, ao ponto de vista de muitas pessoas que seguem a wicca acha que se alimentar de carne é errado, pregam a preservação da natureza, mais se alimentam dela, quem esta certo?
Nós nos enchemos de noticias sem importância, e nem paramos para pensar, no que realmente se precisa, não é verdade? Somos bombardeados de noticias pelos jornais e rádios o dia todo, acontece muitas coisas em frações de segundos no mundo todo, basta você vê o que realmente te serve, filtra a informação, e o que não vale a pena descarta, simples assim não é?
Quantas pessoas vivem em função de te enche para lhe dizer que religião seguir não é? Por que é tão difícil as pessoas aceitarem, que somos diferentes uma das outras, e que religião se dermos muita importância a religião, e não ao seu Deus, ou Deuses ( por muitas pessoas só querem saber da fé morta, da fé sem obras..)
*Muita gente agora deve estar se perguntando, por que estou misturando tanto assunto assim, mais quem se lembra no começo do texto, estou em conflito comigo mesmo.( Sabe aquela sensação, e vontade de falar algo, mais não sabe exatamente o que? é assim que estou agora na frente do PC)*


Nesses últimos dias também ando fazendo alguns exercícios, que costumo a descrever, como estar entrando em sintonia com o universo.
Por falar em universo, lembrei de uma pequena história que me contaram, e agora vou dividi-la com você.
Alguma pessoa acima do peso, pode estar lendo esse texto agora (confesso que não sou um exemplo de beleza.)
Alias eu e uma amiga bruxesca (assim que a chamo, ou de comadre mesmo). Estávamos um dia discutindo sobre dietas loucas, e as normais, até que ela me conto essa história.
História de Buda (alias uma delas por que já ouvi varias, uma mais variada da outra)
Onde ela dizia, que não devemos nos importar com a gordura extra, por que era o nosso universo, e por incrível que pareça, depois que comecei a pensar melhor nessa história, e desisti das dietas loucas, eu acabei emagrecendo. Entrei em contato com meu universo, depois disso comecei com as meditações mais profundas, de algumas horas até.
E saber que a algum tempo atrás eu achava que não tinha tempo, para fazer essas coisas, achava que jamais conseguiria parar quieto em um lugar, por minutos, por sou muito agitado, gosto de estar sempre fazendo algo, pensando em algo, gosto de ficar com a cabeça ocupada, ai vem o desiquilibrio que acaba com a gente, e nos deixa muito mal...
Bom espero, que tenham gostado, desse meu texto meio sem pé nem cabeça. Um grande abraço, um bater de asas com o vento dos novos tempos ( elaiaaa, *risos*, momento meio Eddie Van Feu)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Despacho mal feito ao meu ponto de vista

Pessoas, queridas pessoas... Que insistem a poluir, exus e pomba-giras gostam de trabalhar em lugares limpos, se for fazer uma oferenda. A entidade não virá comer a oferenda, eles pegam somente a essência ofertada que leva o tempo de 20 minutos, depois você pode retirar as coisas do local.  
* as pessoas que passam pelo local, devem ser respeitadas (faça uma oferenda  bonita, e que não estrague o meio ambiente)